Qual seria sua resposta se alguém lhe
perguntasse qual é, na sua opinião, o fator mais importante para o
desenvolvimento e o sucesso de uma empresa? Eu, não hesitaria um único segundo
antes de responder: “GENTE”.
Repito com relativa constância este discurso em
conversas com colaboradores do Sebrae no Paraná e com os empresários de
pequenos negócios que passam diariamente pela nossa instituição: são as PESSOAS
que fazem a diferença. Empresas (assim como países, estados, times, seleções ou
agremiações de qualquer natureza) não tem “alma”. Empresas não promovem
mudanças culturais. Empresas não geram resultados, não se posicionam, não
aprendem. Quem está por trás de tudo isso, são os seres humanos que formam as
empresas. E é por isso que repito, sempre que possível: busque sempre contratar
as melhores pessoas que você puder. Melhor ainda, se essas pessoas forem
melhores do que você!
Este raciocínio pode soar como uma heresia em
certos meios ou ambientes. Não é raro encontrarmos “chefes” que se acham acima
do bem e do mal, ou, ainda pior, que são tão inseguros a ponto de não admitir
que pessoas que supostamente ofusquem o seu brilho pessoal possam compor sua
equipe. “Chefes” assim, jamais contratarão pessoas brilhantes e, consequentemente,
jamais formarão times de alta performance.
Até aqui, tudo bem. Mas agora vem o mais
difícil: afinal, o que devemos procurar nas pessoas que comporão nossos times?
O segredo, seguramente, não está na análise do currículo do candidato do ponto
de vista acadêmico, ou de suas qualificações técnicas. É evidente que estes
fatores também importam, mas não são os mais relevantes. Muito mais importante
do que isso, são as atitudes e a inteligência dos potenciais candidatos.
Pessoas de valor e propensas ao sucesso tem
atitudes positivas. Baseiam suas ações em uma visão otimista e construtiva do
mundo. São confiáveis e antes de pensar no bem inidvidual, privilegiam o
benefício coletivo. Entendem o impacto de suas ações no ambiente onde estão
inseridas; não perdem tempo sentindo inveja dos colegas e tentando ofuscar o
brilho de outras pessoas. São seguras, confiam na sua própria capacidade e
possuem espírito altamente colaborativo.
E, do ponto de vista da inteligência, não estou
me referindo àquela inteligência lógica normalmente associada a testes de QI.
Este é apenas um tipo de inteligência, mas que isoladamente não faz grande
diferença. Para nosso propósito, inteligência deve ser compreendida como a
capacidade de agir de forma inteligente em um contexto muito mais abrangente e
envolve aspectos emocionais, interpessoais, intrapessoais e comportamentais. Em
linhas gerais, pessoas inteligentes são abertas ao novo e não tem medo de
mudanças; possuem elevada sensibilidade e capacidade de abstração; assimilam
facilmente informações novas e eventualmente fora de contexto; conseguem
estabelecer conexões e simplificar situações complexas; não desperdiçam tempo e
energia com o que é periférico e possuem elevado senso de urgência e justiça.
Dificilmente você perceberá tais virtudes
apenas no currículo dos candidatos. Isto se faz através de conversa e de olho
no olho. Por isso, a tarefa de recrutar pessoas para posições estratégicas não
pode e não deve ser inteiramente delegada. Você, como empresário e responsável
pelo sucesso da sua empresa, é quem tem a condição de identificar pessoas que
sejam melhores do que você e que possam ajudar seu negócio a crescer e se
diferenciar. Quando seu empreendimento atingir um estágio de desenvolvimento em
que delegar se torne uma questão de sobrevivência, é nas mãos destas pessoas
que estará o futuro da sua empresa.
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