quarta-feira, 19 de junho de 2013

ÉTICA E LIDERANÇA

Nos últimos anos, percebemos uma evolução na pauta prioritária da maioria das empresas do mundo capitalista. Por muito tempo, as escolas de negócios ensinaram seus alunos que o principal objetivo a ser perseguido na gestão de uma empresa era maximizar o retorno para o acionista. Segundo esta corrente de pensamento, se o negócio gerasse retorno suficiente para manter o(s) dono(s) satisfeito(s) e com um bom retorno sobre o capital investido, todo o resto estaria bem, como conseqüência da atividade econômica.
Entretanto, a história recente mostrou que outros elementos tinham importância determinante a este processo de busca de resultados, embora estivessem sendo relegados a segundo plano. Estes aspectos, fundamentalmente, passam por questões como sustentabilidade, valores e ética. Casos notórios, como o escândalo da Enron nos Estados Unidos, mostraram que a ausência de princípios norteados em uma ética forte e suportados por líderes que sirvam como exemplo na consolidação e preservação destes valores, deteriora a saúde da empresa e pode, em última instância, levar ao seu desaparecimento.
Mas como assegurar que uma empresa crie e consolide uma cultura baseada em princípios éticos sustentáveis? A resposta passa, obrigatoriamente, pelos líderes da empresa, que são o modelo e a referência para todos os colaboradores, em todos os momentos. O comportamento e as atitudes dos líderes estabelecem o padrão de comportamento aceito e, por conseqüência, definem o padrão ético da organização. E este processo de construção não se dá a partir de grandes eventos, mas sim, através das pequenas e constantes ações do cotidiano. Como agem os líderes? Eles respeitam seus acordos, cumprem suas promessas? Honram sua palavra e seus compromissos? Privilegiam o que é certo e justo do ponto de vista ético em detrimento do lucro a qualquer preço? Tratam a todos com respeito, dignidade e igualdade? Agem em consonância com princípios de sustentabilidade? Colocam o bem comum acima dos interesses pessoais? Agem de forma coerente com seu discurso? Se a resposta a essas perguntas for afirmativa, o caminho para uma cultura forte, ética e consistente está pavimentado. Do contrário, os líderes caem em descrédito, viram motivo de chacota e a empresa entra em processo de colapso.
Talvez, o grande dilema seja como assegurar um padrão ético consistente em uma seara que, por natureza, é altamente subjetiva. Um caminho possível é basear e orientar todas as decisões e ações em três princípios, que podem ser auferidos a partir de três perguntas simples:

  1. VISIBILIDADE: tudo bem se minhas ações forem publicadas na primeira página do jornal de maior circulação na minha comunidade?
  2. GENERALIDADE: tudo bem se todo mundo fizer o que eu estou fazendo?
  3. LEGADO: tudo bem se eu for lembrado pelo que estou fazendo?
Esta é uma receita simples, mas de alta efetividade. Assegure que este tipo de reflexão esteja sempre presente nas discussões dentro da empresa, em todos os níveis, e você terá dado um grande passo para construir uma organização que sirva de modelo e referência e que será admirada pelo mercado e motivo de orgulho para todos aqueles que dela fazem parte.

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