quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PROFISSIONAIS PALESTRANTES E PALESTRANTES PROFISSIONAIS

Sobre o episódio envolvendo o Oscar nessa semana: existem dois tipos de palestrantes. Um, cujo foco é a plateia e a qualidade do que ela vai receber em troca do seu tempo (o palestrante profissional). Outro, cujo foco é a personagem que está por trás do próprio palestrante (o profissional palestrante).
Quando um palestrante do segundo grupo é contratado, o contratante tem que ter consciência de que, em geral, está contratando a personagem. O conteúdo é um mero "bônus", porque o que se está contratando é um "artista", uma "personagem da mídia", um "popstar". E nesse caso, não dá pra esperar que o profissional palestrante vá encarar qualquer parada de bom grado. Deixo claro que não estou defendendo nem criticando o Oscar, e tampouco generalizando. Estou apenas fazendo uma análise fria da situação.
Já quando um palestrante profissional é contratado, aí sim, a história é outra. Eu, como vários outros colegas palestrantes profissionais, já fiz palestra com som, sem som, com microfone chiando, com microfone falhando, e nas mais adversas condições. Simplesmente porque para esse grupo, a coisa mais importante de todo o processo é a plateia e o que ela vai receber. As pessoas que se dispuseram a nos ouvir devem receber o melhor possível sob quaisquer circunstâncias. Os problemas são tratados com o contratante, não com a plateia, que simplesmente não é culpada de nada.
Não há juízo de valor nesse raciocínio. Apenas uma tentativa de apresentar as coisas como elas são. Você contratou uma "estrela" para o seu evento? Está perfeito, e eu mesmo já o fiz várias vezes quando estava do outro lado do balcão. Mas tenha consciência que no pacote virá uma série de exigências e provavelmente o conteúdo ficará em segundo plano.já que o que você está comprando é um "show". Você contratou um palestrante profissional? Provavelmente você terá conteúdo consistente, relevante e de valor, mas em contrapartida, a sessão de fotos ao final da palestra será muito menos concorrida. O que você procura para o evento? Conteúdo consistente e aprendizado ou showbiz? Todo o resto decorre dessa escolha. É simples assim!

SOBRE CERTO E ERRADO - DE PAI PARA FILHO

No domingo ocorrerá a eleição para Presidente mais importante da história do Brasil. Talvez, Lucca, do alto dos seus 12 anos, você ainda não consiga compreender todo o falatório em torno de política, e coisas do gênero. Mas tenho certeza de que uma coisa você sabe bem diferenciar: o certo do errado.
Eu tenho certeza que, entre uma bobagem e outra falada nesses horários eleitorais, você deve ter tido contato com coisas bacanas que foram feitas pela Dilma e pelo PT. Os avanços sociais foram importantes, nosso País é tremendamente desigual e criar oportunidade para os que delas necessitam é, sim, uma obrigação do Governo. O PT melhorou aspectos na educação, criou programas como Ciência sem Fronteira e PRONATEC, que permitem que mais gente faça faculdade e cursos técnicos; o Bolsa Família é importante para ajudar quem não tem outra fonte de renda; enfim, várias coisas legais feitas. Mas não é disso que essa eleição vai tratar.
A eleição do próximo domingo é uma escolha a respeito do que é certo ou errado! É simples assim.
Uma grande parte das pessoas que escolherão o PT e a Dilma o farão porque têm medo! São pessoas que se beneficiaram dos avanços sobre os quais acabei de falar e simplesmente têm medo de perder esses benefícios. É um povo sofrido que melhorou, ainda que marginalmente, de vida, e tem pavor de imaginar que qualquer coisa possa leva-los novamente àquela situação anterior. Isso é mais do que compreensível.
Mas para o resto da população que não recebe Bolsa Família a escolha é outra. O PT, como você sabe, foi o Partido mais corrupto da história do Brasil. Quem defende o PT tenta falar de coisas que governos anteriores fizeram, supostos escândalos e desvios feitos por terceiros, como se o erro dos outros pudesse justificar o deles. Mas não se engane. Toda a história de corrupção desse País somada não equivalem ao que foi feito apenas na Petrobras. Evidentemente que com 12 anos você não viveu a história, mas ver o PT nascer e crescer lá atrás, trazia a esperança de que fosse possível ter ética na política, essa era a bandeira deles. A gente até podia não concordar com a sua filosofia de esquerda mais acentuada, mas como proposta, ninguém podia questionar o PT. Infelizmente, quando eles chegaram ao poder, tudo isso mudou. Revelou-se que o PT não tinha um projeto de nação, mas sim um projeto de poder, e de perpetuação nesse poder a qualquer custo.
Os que defendem o PT são rápidos em argumentar que o PT fez coisas boas, e isso é verdade! Mas acreditar que uma coisa boa anula uma coisa má é uma crença perigosa. Independentemente de quem vença a eleição, não se deixe enganar. Não é assim que as coisas funcionam. A mentalidade de que o PT roubou, desviou, criou quadrilhas, se aproximou de ditaduras tornando o Brasil uma piada na comunidade diplomática internacional, aparelhou o estado com gente incompetente cujo único propósito é desviar dinheiro público em benefício do partido, desviou recursos da nossa gente para financiar ditaduras pela América Latina, aniquilou a Petrobras, aparelhou o STF, debilitou a Economia, deixou a inflação fora de controle, tentou criar mecanismos de censura à imprensa e tantos outros absurdos, mas que também fez coisas boas que apagam todo o mal, definitivamente, não é adequada.
Você deve sempre respeitar opiniões diferentes. Pode não concordar com elas, mas deve entender e aceitar o fato de que as pessoas acreditam naquilo que é mais convergente com a sua visão de realidade. Algumas pessoas são de direita, outras de esquerda; algumas acreditam em capitalismo e liberalismo, outras acreditam em socialismo e comunismo; algumas acreditam em economia de mercado, outras acreditam em um estado interventor. Isso é normal, e é assim que tem que ser. Mas mais uma vez, essa eleição não é sobre isso.
Essa eleição é sobre decência!!!! É sobre referendar um conjunto de pessoas e uma filosofia partidária que comprovadamente fez o que fez, sem escrúpulos e limites, ou repudiar essa prática escolhendo mudar. E nesse caso, não importa se a mudança se dará pelo partido A ou B, pelo candidato C ou D, desde que eles tenham um mínimo de condições para levar a mudança adiante.
Essa eleição é sobre conversas que um pai deve ter olhando nos olhos do filho, para explicar a ele o significado de expressões como valores, ética, correção, honestidade, responsabilidade e legado. Escolher quem fez tudo que fez, independentemente de lado político ou simpatia com esse ou aquele candidato, é ser conivente e pactuar com tudo que vem acontecendo. Escolher o projeto que aí está, depois de tudo que se comprovou quanto aos chamados “desvios de conduta” desse grupo, me tiraria a condição de te olhar nos olhos e cobrar de você uma conduta íntegra e decente.
Não meu filho, essa eleição não é sobre PT x PSDB nem sobre Dilma x Aécio. Essa eleição é sobre coerência! É sobre o tipo de exemplo que quero dar a você. É sobre a condição de te cobrar uma postura ética sem o risco de ser questionado quanto às minhas próprias escolhas ao votar em um grupo que comprovadamente pratica o contrário do que estou te cobrando. Não posso correr o risco de ouvir de você que sou incoerente porque cobro uma conduta íntegra mas voto em quem comprovadamente rouba o País. Essa eleição, meu filho, é sobre a minha condição de continuar buscando te orientar a perseguir o melhor caminho e, para fazê-lo, ter a coragem, a serenidade e a hombridade de te dizer “isso não está certo”, tendo consciência que meu discurso é compatível com a minha ação.
Essa eleição é sobre a Nação que quero deixar para você, e que você vai deixar para os seus filhos. Queremos uma Nação em que roubar e trapacear é referendado pelo povo e, portanto, um comportamento aceito? Ou queremos uma Nação que tenha a capacidade de se indignar e perseguir dias melhores sem abrir mão dos valores mais essenciais de uma sociedade civilizada? Essa é a pergunta que será respondida no domingo, meu filho. Uma escolha simples, quanto ao que é certo e ao que é errado. É simples assim!

CONTRA TUDO E CONTRA TODOS

Quando falamos de empreendedorismo no Brasil, os últimos anos têm mostrado evidências claras da cada vez maior capacidade do Brasileiro de empreender. Isso é o que, mais uma vez, mostrou a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que avalia anualmente o empreendedorismo em 68 países do mundo, em uma iniciativa da London Business School e da Babson College, e no Brasil é patrocinada pelo Sebrae e realizada pelo IBQP, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

Na pesquisa deste ano, recém divulgada, todos os indicadores que já vinham apontando crescimento em anos anteriores voltaram a crescer. Um dos mais expressivos é o que aponta que em cada 100 novos negócios no País, 71 são abertos por oportunidade. Esse é um belo sinal da maturidade do processo empreendedor no Brasil. Quando falamos que um negócio é aberto por oportunidade, isso significa que o empreendedor identificou uma necessidade de mercado não atendida e construiu seu negócio com o objetivo de explorar essa oportunidade de forma consciente e profissional. O outro lado da moeda, que era a regra até poucos anos atrás, era o empreendedor que criava o seu empreendimento por necessidade. Nesse caso, a chance de insucesso é sempre muito maior já que essa modalidade de empreendedorismo raramente vem acompanhada de preparo, planejamento e de um plano de negócios consistente.

Outro indicador que merece destaque mostra que 84% dos brasileiros consideram abrir sua própria empresa como uma opção desejável de carreira. Esse é um reflexo do comportamento de uma nova geração de empreendedores, que deixou para trás o velho sonho da geração anterior de ser empregado em uma grande empresa, ou ainda melhor, um funcionário público. Não por acaso, a pesquisa também mostra um empreendedor mais jovem e com maior nível de escolaridade. Essas mudanças tem o potencial de consolidar o Brasil como um País verdadeiramente empreendedor – condição necessária para qualquer país desenvolvido - em curto espaço de tempo.

O contraponto fica por conta do fato de que esses indicadores são atingidos a duras penas. Embora a Lei Geral da Pequena Empresa tenha trazido melhorias importantes, esses avanços ainda representam muito pouco frente ao ambiente hostil no qual esses empreendedores são lançados quando começam a operar suas empresas. Temos a segunda maior carga tributária da América Latina e a mais pesada entre os países emergentes. Ocupamos a 116ª posição no ranking Doing Business, que avalia a facilidade para se fazer negócios em 189 países, atrás de “potências” econômicas como Botsuana e Tonga, por exemplo. E, na prática, qualquer pessoa que já tenha se aventurado a empreender sentiu na pele os absurdos da legislação, a dificuldade da burocracia e a sensação latente de que, por definição, o empresário é visto com desconfiança e descrédito até que se prove o contrário.

É nesse cenário que o empreendedorismo brasileiro avança. Não é difícil imaginar o que poderíamos fazer em situação mais favorável. O setor produtivo carrega nas costas um estado ineficiente às custas do trabalho de empreendedores e empreendedoras que teimam em progredir apesar das adversidades. E, pra piorar, não há qualquer sinal de melhora no horizonte. Ao contrário, se há sinais, eles são de retrocesso, com a corrosão dos fundamentos da economia e a crescente desconfiança do mundo em relação ao País. Infelizmente, essa é a realidade do empreendedorismo no Brasil. E infelizmente, é assim que esse empreendedorismo floresce: contra tudo e contra todos! 

QUAL É A SUA HISTÓRIA?

Um dia ainda vou entender porque nós, humanos, temos a tendência de complicar as coisas e, não raro, demoramos tanto tempo para entender o óbvio. Por décadas, o mantra nas empresas foi baseado na objetividade e frieza dos números. Planilhas, gráficos, slides sonolentos de powerpoint cheios de informações tediosas e um repertório pouco inspirador com enfoque em planejamento e resultado.
Nada contra a lógica racional tão necessária ao mundo dos negócios. Mas finalmente o universo corporativo começa a perceber que, muito além de números e estatísticas, empresas são feitas de pessoas; e que pessoas, por sua vez, são feitas de histórias. E assim, o Storytelling chega às empresas prometendo revolucionar a forma como produtos são vendidos, campanhas de marketing são criadas, culturas são integradas e equipes são desenvolvidas.

Entretanto, acreditar que simplesmente “contar histórias” passa a ser, por si só, o bálsamo que curará todos os males é ingenuidade. Não é assim que funciona.

Em primeiro lugar, há que se ter consciência que boas histórias são baseadas em bons protagonistas. Ou você consegue imaginar-se seduzido por uma história sem bons personagens? Nesse contexto, o papel da liderança continua sendo determinante. Os líderes, nas empresas, são os principais protagonistas das histórias criadas e contadas. Sem liderança, não há protagonismo. E sem protagonismo, não há história.

Também é importante identificar qual o propósito da história a ser contada. É como contar histórias para crianças. Qual o objetivo? Entreter? Acalmar? Transmitir valores? Ensinar? Na empresa é a mesma coisa. Qual a função de determinada história? Lançar um novo produto? Colocar no mercado uma nova empresa ou unidade de negócio? Facilitar um processo de fusão entre duas empresas? Contornar uma crise? Promover alinhamento estratégico? Dessa definição dependerá a possibilidade de criar e desenvolver histórias mais ou menos envolventes.

E finalmente, por mais natural que o ato de “contar histórias” possa parecer, quando falamos de Storytelling corporativo é necessário ter em mente que apenas imaginação e criatividade não bastam.  É preciso mais que isso. Afinal, assim como em qualquer forma de arte, o que diferencia o excepcional do ordinário, é a técnica e o método do artista colocados a serviço da criação.

UMA TAL SHEHERAZADE

Provavelmente os iniciados em lendas antigas estão familiarizados com o nome Sheherazade. Mas para a maioria da população, o nome da bela e inteligente rainha persa narradora dos contos de As Mil e Uma Noites só se tornou conhecido a partir do depoimento da repórter homônima de uma grande rede de televisão onde ela, de forma corajosa, lançou luz sobre a gravidade da situação de um certo País tupiniquim onde a sociedade, já completamente descrente do estado corrupto e inoperante, resolveu começar a fazer justiça com as próprias mãos.

Não vou entrar no mérito das declarações da repórter Raquel Sheherazade. Poderia escrever todo esse texto relacionando argumentos a favor ou contra o seu ponto de vista. Mas para o momento, isso não importa. O que importa, e muito, não é o teor do editorial, mas a sua forma. Ao pronunciar-se de forma firme e polêmica em rede nacional, e sem espaço para posturas “em cima do muro”, Raquel choca os desavisados e provoca reações por vezes furiosas. Mas para os observadores do comportamento humano, e mais especificamente, das virtudes que estão alçando mais e mais mulheres a postos de liderança, ela apenas reforça o que já se sabe: dentre tantas virtudes, as mulheres mostram a capacidade de ser, em geral, muito mais assertivas e corajosas na sua maneira de tomar posições firmes frente a temas polêmicos ou delicados.

Foi assim com Cleópatra, a mulher mais poderosa da antiguidade; foi assim com Joana d’Arc no século XV, a combatente francesa queimada na fogueira por heresia e tornada Santa pela Igreja em 1920; foi assim com a revolucionária Anita Garibaldi no Século XIX, conhecida como “Heroína dos Dois Mundos”; foi assim com Leila Diniz, um dos símbolos da revolução feminina no Brasil do Século XX; e tem sido assim, ao longo dos mais de 20 anos da minha carreira corporativa, com a grande maioria das mulheres com quem tive o privilégio de trabalhar e cuja capacidade de tomar e principalmente manter posições independente do seu grau de polêmica ou controvérsia, sempre foram objeto da minha admiração.

Homens, por natureza, são mais políticos. Tendem a se preocupar demasiadamente com aspectos subjetivos, impactos secundários e conexões não aparentes. A consequência? Decisões mais demoradas que o necessário e uma certa morosidade no avanço de questões que poderiam ser mais simples com um pouco mais de velocidade no gatilho e coragem para assumir os posicionamentos necessários de forma clara, ainda que eles possam ser polêmicos.

É por essas e outras que acredito plenamente que esse papo de “masculino x feminino” é de uma perda de tempo sem tamanho. As diferenças não são o problema, são a solução! É exatamente na soma destas diferenças que está a sabedoria. Talvez, o que ainda falte para nós, homens, seja a sensibilidade de compreender que, sim, mulheres são muito melhores do que nós em um monte de coisas. E não só compreender, mas reconhecer e valorizar! Vamos lá, rapazes, está na hora de sair de cima do muro! Exatamente como fez a Sheherazade.

UM GRANDE LÍDER OU UM MERO GERENTE?

Muito já se falou sobre a diferença entre líderes autênticos e todo o resto da humanidade, aí incluídos gerentes, chefes, supervisores e outras figuras do mundo corporativo. Mas como saber se as atitudes da liderança, no dia a dia da sua empresa, estão mais para o líder inspirador ou mais para o gerente controlador? A seguir, algumas diferenças cruciais:
1. Um grande líder conecta o trabalho cotidiano com objetivos maiores. Um mero gerente tem foco apenas no curto prazo:
É fácil se perder entre aquilo que é importante e o que é urgente. Gerentes tradicionais gastam a maior parte da sua energia administrando o urgente, pune ou recompensa as pessoas pelas pequenas coisas e raramente percebe sua importância no longo prazo. No outro extremo, o que importa para líderes autênticos é a essência e a busca dos objetivos maiores.
2. Um grande líder pensa nas pessoas como pessoas. Um mero gerente enxerga apenas cargos ou posições do organograma:
Gerentes adoram se referir às pessoas não pelos seus nomes, mas pelas posições que ocupam. Líderes enxergam seus liderados como o que são de fato: seres humanos únicos, com necessidades e potencialidades distintas e, em última análise, os grandes responsáveis por qualquer resultado, em qualquer organização.
3. Um líder autêntico quer ser respeitado. Um mero gerente deseja ser querido:
Líderes possuem uma visão clara quanto ao seu papel, e esse papel não é necessariamente ser querido e adorado por todos, mas sim, ser capaz de mobilizar energia e recursos de forma estratégica na direção dos resultados necessários evitando zonas de conforto e acomodação. Não hesitam em sacrificar apreço de curto prazo para favorecer respeito de longo prazo. Gerentes necessitam de aprovação e afeto raso e, se preciso, podem sacrificar sua integridade em troca de aceitação e apreço.
4. Um líder autêntico vibra quando membros da equipe atingem grandes resultados. Um mero gerente se sente ameaçado:
Você provavelmente já se deparou com chefes que ocultam obstinadamente os talentos da equipe com medo de que seus subordinados brilhem mais do que eles. Grande líderes atuam como mentores dos seus times e vibram com resultados diferenciados porque se interessam genuinamente pelos liderados. Possuem plena consciência da sua capacidade e importância, o que se reflete na sua autoestima e auto confiança plenamente desenvolvidos.
5. Um grande líder entende que se um time não atinge bons resultados, ele é responsável. Um mero gerente culpa o time:
Gerentes que culpam a equipe pelo fracasso e assumem pra si os louros do sucesso são tão comuns que fazem parte do folclore corporativo. Líderes têm clareza quanto à impossibilidade de se delegar responsabilidade e assumem sem hesitar o ônus pelo insucesso do time.
6. Um líder autêntico tem foco no resultado. Um mero gerente se preocupa com o processo:
Abrir mão de gerenciar o detalhe é, muitas vezes, a maior dificuldade de profissionais que atingem posições estratégicas onde liderar é muito mais importante do que gerenciar. A demora – ou resistência – para se dar conta da mudança de papel e estabelecer foco no objetivo maior e mais amplo, denota falta de preparo para o exercício da liderança plena, muitas vezes, condenando o potencial líder a um eterno estágio no papel do mero gerente.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O CRAQUE E O TAXISTA

Hoje, durante o café da manhã em um hotel de São Paulo, assisti pela televisão a mobilização uruguaia em prol da defesa do atacante Luiz Suárez, o canibal que tascou o dente no zagueiro Italiano no jogo que definiu a eliminação da Itália e o avanço da celeste para as oitavas da Copa no Brasil. Acontecimento em que, é bom lembrar, Suarez é reincidente.

Lugano, o capitão uruguaio, criticando de cara feia e em meio a palavrões a imprensa britânica e brasileira, que estão “condenando” o Suárez para vender jornal; o Presidente Mujica, figura caricata e admirável por vários aspectos, afirmando que o craque não foi escolhido para ser filósofo. Confesso que fiquei achando que há algo muito errado com a mundo. Até entendo a paixão despertada pelo futebol e os ânimos inflamados na defesa da maior esperança do time uruguaio de ir mais longe na Copa. Mas tentar defender a atitude do jogador é simplesmente defender o indefensável. É como justificar o dinheiro (ou o batom) na cueca! Foi uma agressão, ponto final. Um ato bizarro em que um profissional muitíssimo bem pago e cheio de responsabilidade com patrocinadores retornou à sua fase oral e tal qual a criança no jardim da infância, mordeu o coleguinha para demarcar espaço.

Entrei no táxi pensando no caso. E conheci o Josias. Começamos a falar do fato, e ele ainda mais indignado do que eu, diz que tentar justificar o que fez Suárez é como dizer que ele, que nasceu e viveu a vida toda em Baasilândia (segundo ele, uma “boca quentíssima”, das regiões mais violentas de São Paulo) no meio do crime e da violência, tivesse permissão para roubar e matar. Falou demoradamente sobre um monte de gente lá na comunidade que nem precisava estar no crime porque tem boa família mas está na ilegalidade, simplesmente porque são vagabundos e não se contentam em andar de carro básico, mas querem sustentar hábitos caros e o crime, além de possibilitar esses hábitos, ainda traz “status”.

É nessas horas que retomo a minha fé na humanidade e reforço a minha crença de que há esperança!

O que Suarez e Josias têm em comum? Nada, a não ser compartilharem o destino de serem seres humanos falíveis e responsáveis por suas escolhas.

O que essa história pode trazer de reflexão? Muita coisa!

Precisamos recuperar a capacidade de nos indignar, capacidade essa tão maltratada nos últimos anos pelos piores exemplos possíveis vindos da quadrilha instalada no poder em nosso País e especializada em defender o indefensável. Quando nossos filhos escutam esses absurdos através dos meios de comunicação, temos a obrigação de oferecer o contraponto. Não existe meio certo. Suarez cometeu uma atitude deplorável e condenável sob qualquer ponto de vista. Não, não defendo também condená-lo eternamente ao “fogo do inferno”. Mas chega de passar a mão na cabeça de quem pisou na bola. A frouxidão moral é o que leva às distorções que, por incrível que pareça, passaram a fazer parte do nosso cotidiano sem que sequer tomemos consciência disso.

Pelo manual dos defensores dos direitos humanos com posições radicais, seria compreensível que Josias talvez tivesse razões para ser bandido. E, nesse mesmo manual, talvez Suárez seja vítima de um sistema opressor que paga a ele milhões de dólares e coloca nele a responsabilidade de carregar o time Uruguaio nas costas. Mas quando escuto o depoimento que escutei, como um presente, desse mesmo Josias, volto a enxergar o óbvio: não há relativização possível quando falamos de índole e caráter. Os defensores dos direitos humanos xiitas que vão plantar batatas! O certo é certo, e o errado deve ser, sempre que possível, exemplarmente punido. Essa é a premissa básica da civilidade e uma das maiores heranças que podemos deixar aos nossos filhos. 

segunda-feira, 16 de junho de 2014

WHAT IS GOING ON IN BRAZIL?

There is a possibility that many of you are trying to understand what is happening in Brazil right now during the World Cup. How can a Country known by its generosity and hospitality be facing such intense wave of protests and, even worst, how can a soccer stadium full of people sing a choir saying bad words to our National President?

Well, let’s put it straight: Brazilians are not, by any ways, opposing to the World Cup. If you see the news, visitors from overseas are being received with arms wide open; our people sings our National Anthem “a capela”, in a clear demonstration of our support to our national team.

However, the World Cup is working as a last drop on the glass. What is happening right now, is not about building stadiums or spending money to promote the world cup. It’s much more deeper than that. Indeed, it is about:

  1.  corruption, that has reached outrageously high levels, being institutionalized by the actual national government;
  2. the economy being ruined by incompetent ministers and wrong priorities;
  3. missing the greatest historical opportunity for taking Brazil onto the “next level” in terms of economic development;
  4. a government that only knows how to govern splitting everything between “us and then” – the old “divide to conquer” strategy;
  5. billions and billions of dollars being deviated to the “party” in order to make possible to stay ruling the country forever;
  6. one of the worst countries in the world in terms of education;
  7. one of the worst countries in the world in terms of easiness for doing business;
  8. one of the most complicated tax systems in the world, with the highest levels of taxation with the worst possible kind of service (roughly 40% of all the money a regular citizen like myself makes goes to the government and, yet, everybody has to pay for private health, private education, private security, private transportation, private everything!);
  9. the successive efforts to control the media and to extinguish press freedom;
  10. the defeat of meritocracy. Public positions are ALL occupied by “party’s friends”; illiteracy is glamorized by important leaders of “the Party”;
  11. the alignment of Brazil with old and decrepit dictatorial regimes around the world;
  12. social policies that are built to keep poor population (in terms not only of money, but also education) always poor, so they can be controlled and they can be always a hostage of the system. This keeps votes flowing in the direction of “the Party”;
  13. the feeling that is growing in most of the population that we are perceived as clowns, as if the Party could control everything, could rob as much as they need, could do whatever they want, as if they own this Country;
  14. thousands of talented people leaving the country (I must confess I personally got quite close to do it) simply because, despite their love for their homeland, their patience simply ended .
The list could keep going all day long, but I guess it is enough to give you a brief understanding of what we are facing here and the motivations behind what the International press is showing to the world regarding protests, riots and manifestations during the World Cup.

It is not a good thing to say bad words to a National President in a soccer stadium. I must confess I am ashamed of that, as a Brazilian. However, I cannot deny I am proud of the population of my country, who are finally awakening and trying to find ways to take their own destiny into their hands. This is not an easy path to follow. It takes a couple of mistakes to get there. However, what must be understood is that, much worse than what has been done at the opening of the World Cup in Brazil is what has been done to this country in the last years. What is happening is just a manifestation of a population that just cannot take it anymore.

This is not an opinion of someone connected by any ways to political parties or to the political scene in Brazil. I am just a regular citizen, trying to do business honestly and helping to create progress, opportunities, economic value and to make things better. Nevertheless, indeed, is the opinion of someone that, just like most of Brazilian people, also cannot take it anymore.

I hope this helps to clarify some facts behind the scenes! :-)

quarta-feira, 19 de junho de 2013

É EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO QUE SE MEXE

A história está cheia de exemplos de empresas líderes que retrocederam a ponto de desaparecer ou, no mínimo, serem forçadas a uma completa reinvenção. Chamamos a essas empresas de dinamicamente conservadoras.
O que faz com que empresas referência tomem rumo tão desastroso? É simples! A letargia e conservadorismo trazidos pelo sucesso! A empresa nasce, desenvolve produtos ou serviços inovadores e, a partir daí, é tomada pelo medo de correr riscos. A prioridade passa a ser continuar fazendo o que está dando certo, a fim de perpetuar os bons resultados. Empresas caem nessa armadilha porque se esquecem de que foi exatamente sua capacidade de inovar e correr riscos que as fez evoluir. Ao adotar essa postura conservadora, se esquecem de que os caminhos que asseguram sucesso futuro quase nunca são os que trouxeram a prosperidade presente e, assim, caminham inexoravelmente para o abismo.

Lembre-se dessa importante lição quando estiver planejando o futuro do seu empreendimento. A busca pela inovação deve ser constante. Em um mercado cuja única lógica é a irracionalidade e onde a única certeza é a mudança, dormir sobre as vitórias conquistadas pode ser a receita para o fracasso. 

MARKETING DAS ANTIGAS

Muito se fala sobre Marketing, mas na prática, muitas vezes é difícil para o empresário saber por onde começar. 
Como a maior parte dos conteúdos e temas sobre gestão com os quais temos contato atualmente, o marketing está cercado de mitos e verdades, e, principalmente, aparece muitas vezes envolto em uma aura de complexidade, envelopado por termos e expressões em inglês que não ajudam em nada a compreensão. Então, para tentar dar uma visão prática, objetiva e tão simples quanto possível sobre o tema, eu sugiro que você assista à história da Marcearia Paraopeba. Você pode fazê-lo no youtube, no endereço http://lnk.nu/youtube.com/27to.
O vídeo conta a história de uma mercaria na pequena Paraopeba, no interior de Minas Gerais, que tem como “segredo” o simples fato de que faz negócio à moda antiga. Possivelmente, você se recorda de histórias que podem ter se passado com você ou com pessoas do seu relacionamento, em que uma tia ou avó costumava ir todos os dias a uma mesma padaria; lá chegando, era recebida com um sorriso pelo dono, que a chamava pelo nome e perguntava se ela queria “o de sempre”; novos produtos eram testados de graça por essa tia ou avó, que se encantava cada vez que recebia de graça um pedaço de um novo sabor de bolo ou torta, apenas para que ela “provasse”; no final, uma cadernetinha, que muitas vezes passava de pai para filho, dava conta de anotar o valor devido para, ao final do mês, fazer o acerto, zerar a conta, e começar tudo de novo no mês seguinte.
Pois é... a isso, também damos o nome de CRM (Customer Relationship Management). A esta seqüência de eventos, também podemos chamar de princípios de marketing e relacionamento com o consumidor com o intuito de assegurar sua fidelização e incrementos constantes no ticket médio de venda. Ou, de forma mais simples, podemos apenas definir tudo isso como “fazer negócios à moda antiga”.

Quando tentamos traduzir esses conceitos para a realidade de micro e pequenas empresas, não é raro que o empreendedor se assuste imaginando que aquele monte de expressão complicada até é bonito e interessante, mas que adotar uma cultura de relacionamento com o cliente, que permita aproximação e intimidade visando sempre colocar o cliente em primeiro lugar, é algo inacessível a um pequeno negócio, porque custa muito dinheiro e é demasiadamente complicado. Se esse for o seu caso, pense de novo. Se para a Mercearia Paraopeba é possível desenvolver um modelo de relacionamento efetivo com o cliente que em vários aspectos é até superior àquele adotado por grandes empresas do ponto de vista da sua efetividade, eu tenho certeza que para a sua empresa também é possível. Basta fazer como o “Roninho”: esqueça a sofisticação dos livros de negócios e a complexidade dos sistemas informatizados e concentre-se naquilo que é importante de verdade: o seu cliente.

O QUE VOCÊ QUER SER QUANDO CRESCER?

Essa frase faz parte do repertório de quase todo pai ou mãe quando o filho caminha para a idade em que decisões relevantes precisam entrar no “radar”. A partir de certo ponto do seu desenvolvimento, incitamos as crianças a pensar no seu futuro, tendo como ponto de partida escolhas sobre seus desejos para quando forem adultas. Entretanto, poucas vezes aplicamos essa questão a outros contextos onde ela é tão aplicável quanto no caso da educação de nossos herdeiros.
Por exemplo, quando analisamos a história de sucesso de países que experimentaram rápido crescimento e desenvolvimento, vemos um ponto em comum: todos sabiam exatamente o que queriam ser quando crescessem. A Coréia do Sul, reconhecida por sua revolução através da educação, colocou como objetivo para o País, lá na década de 50 (quando sua renda per capita era inferior a 100 dólares), que no futuro seria um país exportador de tecnologia e produtos manufaturados. E a educação, mais do que o objetivo final, foi o caminho para chegar lá. Cingapura, ao se tornar independente na década de 60, definiu que seu futuro estaria centrado em tornar o país o melhor lugar do mundo para se fazer negócios. Em conseqüência, mais de mil regras foram alteradas ou abolidas nos últimos 20 anos para que o País pudesse atingir o objetivo almejado. E a Malásia, caminha a passos largos para se tornar um País desenvolvido até 2020. Quem observa o progresso ora existente no País, que indica claramente que este objetivo será atingido, não imagina que esta meta foi estabelecida em um plano estratégico implantado em 1990!

Nas nossas empresas, a reflexão sobre o que se deseja ser quando crescer, também deve estar na ordem do dia. É evidente que quase nenhuma empresa já nasce grande. Mas isso não pode levar os empreendedores a pensar pequeno. É preciso começar com os pés no chão, mas sonhando alto. E não apenas sonhando, mas traçando planos ousados e formulando estratégias que coloquem a empresa no caminho de um crescimento sustentável e rentável no médio e longo prazo. Esse crescimento não acontecerá por acaso. Ele será fruto de planejamento e perseverança. E, se soubermos com clareza onde queremos chegar quando formos grandes, mobilizar os recursos necessários e os corações e mentes dos colaboradores na direção certa será uma tarefa mais fácil e recompensadora. 

PROFISSÃO EMPREENDEDOR

Dados da Pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2012, que avalia o empreendedorismo em 54 países, apontam que o Brasil é o terceiro país mais empreendedor do mundo, atrás de China e Estados Unidos. É uma excelente notícia. Entretanto, mais relevante que o número de pessoas envolvidas com um negócio próprio é o fato de que o número de empresários que inicia o negócio a partir de uma oportunidade cresceu e agora, para cada negócio aberto por necessidade, 2,24 começam pela identificação de uma oportunidade. Se ainda estamos longe da média mundial (4,35 negócios por oportunidade para cada um aberto por necessidade), já evoluímos em comparação a anos anteriores, onde a pesquisa mostrava o oposto.
E por que este número é relevante? Porque mostra que caminhamos para consolidar a profissão de empreendedor. Pode soar estranho encarar o empreendedorismo como profissão, mas convido o leitor a um raciocínio: alguém consulta um médico que não seja formado em Medicina? Um advogado sem diploma em Direito? Portanto, analogamente, é determinante para o desenvolvimento de empresas de sucesso que o empreendedor encare o empreendedorismo como profissão.
Faço parte de uma geração que cresceu com o objetivo de ter um emprego bom e estável. Perdemos competitividade e oportunidades de desenvolvimento por causa deste raciocínio que, felizmente, começa a mudar. Hoje, jovens entram nas universidades visando construir um novo negócio a partir de ideias novas e promissoras. E por trás da mentalidade ousada desta geração está um futuro promissor para estes jovens e para o Brasil.

Esta mudança de paradigma é determinante para o fenômeno empreendedor. Não por acaso, as pequenas empresas morrem cada vez menos. Isto se deve a esta nova forma de pensar o desenvolvimento de pequenos negócios e a esta geração que se orgulha de responder "empreendedor" quando perguntada sobre a sua profissão. Estes jovens se preparam de forma árdua para explorar as oportunidades identificadas. Em outras palavras, formam-se "empreendedores" e, a partir daí, criam empresas competitivas e de sucesso. Eis aí (mais) uma boa lição que a experiência pode aprender com a juventude.

A BUSCA PELA EMPRESA AMBIDESTRA

O conceito de “empresa ambidestra” é recente e, apesar da expressão “difícil”, é de extrema relevância para o desenvolvimento de empresas competitivas. Em linhas gerais, empresas ambidestras são aquelas que conseguem, ao mesmo tempo, ser criativas e inovadoras, além de eficientes e precisas do ponto de vista dos processos estruturados.

Parece simples, mas não é. Um dos pressupostos de organizações com alto poder criativo e inovador reside num certo nível de caos e desorganização, já que este é um pré-requisito básico para a geração de ideias. Do outro lado, organizações que pretendem ser verdadeiramente eficientes precisam de processos formalmente estruturados, sistematizados e, geralmente, baseados em "melhores práticas". Assim, fica evidente o potencial conflito de filosofias e a dificuldade de conciliar estas duas características em um mesmo ambiente.

Grandes corporações têm investido milhões de reais em consultoria e aperfeiçoamento de processos com o intuito de se tornarem minimamente ambidestras. Já no ambiente de pequenas empresas, basta disposição. A concentração de funções em poucas pessoas, normalmente característica de pequenos negócios, torna mais fácil moldar o comportamento e as atitudes dos colaboradores para o estabelecimento de uma cultura que reflita de forma bastante efetiva essa ambidestralidade. Como no caso de políticas de qualidade, criar uma empresa ambidestra começa pela conquista dos corações e mentes das pessoas, a partir de práticas implantadas pela alta gerência. Em empresas com poucos colaboradores, este processo pode ser muito mais dinâmico e efetivo.


Esta busca pela empresa ambidestra se justifica pelo resultado obtido: organizações dinâmicas e altamente criativas e inovadoras, com capacidade de execução ímpar, assegurada por processos estáveis e bem estruturados. Em outras palavras, uma espécie de “santo graal” do mundo empresarial moderno cuja recompensa está em níveis de competitividade muito acima da média dos competidores.

O SEGREDO SUL-COREANO

O ano é 1953. Após o término da segunda guerra e a independência do Japão, a Coréia do Sul é um país mergulhado em sérios problemas sociais e econômicos, em conflitos com a Coréia do Norte, com renda per capita de 67 dólares americanos (menos da metade da renda de Gana na época) e posicionada como um dos países mais pobres do mundo. Uma nação sem recursos naturais e sem alternativas para se desenvolver. Neste cenário, os mandatários do País decidem que a única alternativa para desenvolver a Coréia do Sul é apostar em criação e exportação de valor. Em outras palavras, importar matéria prima de qualidade, produzir bens de alta tecnologia e valor agregado e exportá-los para o resto do mundo.

O resultado? A Coréia do Sul hoje possui a décima terceira maior economia do plante, tornou-se um país de cultura fortemente exportadora classificada como uma das nações mais desenvolvidas do mundo e é líder em produtos de alta tecnologia, com renda per capita de mais de 20 mil dólares americanos.

Mas afinal, o que a história da Coréia tem a ver com nossos empreendedores e nossas pequenas empresas? Ela nos mostra o poder de mobilização e transformação decorrentes de escolhas que delimitem foco claro e visão de futuro consistente. Ninguém consegue ser bom em tudo. Esta constatação está na essência das escolhas feitas pela Coréia do Sul ao longo de sua história. Ao escolher a internacionalização do País como caminho para o desenvolvimento, todas as decisões tomadas e ações desenvolvidas posteriormente, tiveram como único intuito manter a nação no rumo traçado e sem desvios de rota.


Essa lição se aplica de forma integral à maioria das nossas pequenas empresas. Ao buscar resolver todos os problemas do mundo e fazer um pouco de tudo, o empreendedor desperdiça energia e talento, e torna o foco disperso, dificultando a busca pela obtenção de resultados expressivos. O sucesso também depende de escolhas, e muitas vezes, o segredo está em definir o que não fazer, a fim de se concentrar naquilo que fará a diferença. No que você e sua empresa serão realmente bons e imbatíveis? A resposta a essa pergunta é o primeiro passo para um negócio com foco bem definido e, portanto, com alto potencial de crescimento e desenvolvimento.

LIÇÕES DO ORIENTE

Este artigo foi escrito a bordo de um Shinkansen, o trem bala japonês que, neste caso, faz o percurso entre Tóquio e Hamamatsu. Durante os dias em que estive no Japão, investi algum tempo em observar costumes e hábitos da cultura local que pudessem, de alguma forma, gerar reflexões interessantes para os nossos pequenos negócios no Brasil. Dentre vários aprendizados, destaco alguns que me chamaram a atenção de forma especial:

Valorização da cultura e da tradição

O ambiente empresarial japonês e a cultura do país em si são permeados pelos valores milenares herdados dos antepassados e até hoje cultivados com respeito e atenção. Não conheci em nenhum outro lugar um ambiente que seja mais repleto de rituais do que o das empresas japonesas. Estes rituais se iniciam pela troca de cartões de visita, cercada de reverências e protocolos; passam pela atenção com a hierarquia e o respeito às figuras de mais alta patente presentes em cada ambiente; e chegam ao cuidado com o lugar onde os visitantes estarão sentados na sala de reunião (jamais de costas para a porta, por exemplo, num costume herdado do tempo dos samurais em que estes assentos eram os mais vulneráveis ao ataque de inimigos, por exemplo).


Atenção aos detalhes

A obsessão com os detalhes é levada ao extremo pelos japoneses, e se faz perceber em tudo, principalmente, naquilo que os olhos não vêm. A impressão que se tem é que o mesmo cuidado que é dedicado àquilo que está aparente, é colocado naquilo que está escondido ou fora do primeiro plano. Se uma mesa é revestida por um material especial do lado de cima, ela também o será pelo lado de baixo (quem nunca presenciou uma mulher desfiar a meia calça raspando a perna embaixo da mesa de um restaurante no Brasil?). Os fios e conexões que ficam ocultos por trás de uma construção são instalados com o mesmo esmero e precisão dedicados a afixar o que está aparente. Não há “sujeira embaixo do tapete” e, pelo que pude perceber, tudo está relacionado com uma questão de respeito e responsabilidade em se fazer o trabalho bem feito.


Espírito de servir

Ao desembarcar em Narita e embarcar no ônibus que faria o trajeto entre o aeroporto e a cidade, observei que, após o embarque dos passageiros, uma moça com o uniforme da empresa de transportes embarcou, parou no corredor de embarque de frente para os passageiros, falou algumas palavras e fez um gesto de reverência, antes de desembarcar para que o ônibus seguisse o seu trajeto. Descobri que a função daquela simpática senhorita nada mais é do que transmitir aos clientes o agradecimento pelo privilégio que representa para a empresa que eles a tenham escolhido para fazer seu trajeto do aeroporto até o centro da cidade. A partir daí, todos os contatos com funcionários encarregados do trato com os clientes foram uma sucessão de bons momentos. Sorriso permanente no rosto, reverências constantes, vontade e disposição de ajudar. Ao perguntar a uma mensageira na recepção do hotel onde era o local do café da manhã, ela fez questão não apenas de me apontar o caminho, mas de me conduzir pessoalmente até o restaurante e de me deixar aos cuidados da funcionária responsável por me mostrar a mesa que eu deveria ocupar. Este tipo de postura faz com que o cliente se sinta verdadeiramente especial.


Esses três exemplos ilustram aspectos nos quais nossas empresas têm muito a aprender com nossos amigos do oriente. No caso do respeito à cultura e à tradição, precisamos compreender que toda empresa possui na sua essência uma história que não vai desaparecer jamais e que a compreensão e valorização desta história e da cultura decorrente em vigência na empresa podem se transformar em fatores chave de sucesso, uma vez que esta é a única coisa que não pode, de forma alguma, ser copiada pelos concorrentes. No que tange a atenção aos detalhes, é importante que nossos pequenos negócios desenvolvam a consciência de que a velha máxima de que “o que os olhos não vêm o coração não sente” não se sustenta mais; em um mundo cada vez mais padronizado, são os detalhes que fazem a diferença. E, finalmente, o autêntico espírito de servir traz a reboque a capacidade de fazer com que nossos clientes se sintam verdadeiramente especiais; e, ao se sentirem especiais, esses clientes seguramente se transformarão em evangelizadores da nossa marca, dos nossos produtos e da nossa empresa. No frigir dos ovos, são aspectos como estes que diferenciam as empresas vencedoras do resto.

DAVI CONTRA GOLIAS

Tal como no episódio bíblico de Davi e Golias, imaginar que pequenas empresas podem sair vitoriosas na competição com grandes corporações pode parecer uma utopia distante à primeira vista. Entretanto, da mesma forma que o pequeno pastor derrotou o gigante usando inteligência e as condições existentes a seu favor, as Pequenas Empresas possuem vantagens importantes que podem e devem ser usadas em seu benefício. A seguir, cito algumas delas:
  •  Velocidade: a estrutura enxuta e normalmente mais informal das pequenas empresas favorece enormemente a sua velocidade. Grandes empresas tem enorme dificuldade para reagir a mudanças no ambiente de negócios e para conseguir se posicionar para aproveitar novas oportunidades. Pequenos negócios, ao contrario, podem se reposicionar rapidamente e estar prontas para " surfar novas ondas"  ou para explorar novas oportunidades em um piscar de olhos. O processo decisório é muito mais ágil e efetivo e a disseminação das diretrizes por toda a empresa é muito mais efetiva e envolvente. Que oportunidades estão surgindo no seu setor? E em outros setores? Que segmentos de clientes estão surgindo e trazendo a reboque alto potencial de consumo no médio prazo? Que recursos precisam ser mobilizados para aproveitar estas oportunidades? A resposta a estas perguntas podem sinalizar um caminho que poder ser percorrido pelas pequenas empresas com maior probabilidade de sucesso do que pelas grandes empresas; 
  • Ambidestralidade: o conceito de empresas ambidestras é recente e, apesar da expressão "difícil", simboliza empresas que conseguem, ao mesmo tempo, ser inovadoras e eficientes do ponto de vista dos processos estruturados. Parece simples, mas não é. Um dos pressupostos de organizações criativas e inovadoras reside num certo nível de caos e desorganização, já que este é um pré-requisito básico para a geração de ideias. Do outro lado, organizações que pretendem ser verdadeiramente eficientes precisam de processos formalmente estruturados, sistematizados e, geralmente, baseado em "melhores praticas". Assim, fica evidente a dificuldade de conciliar estas duas características em um mesmo ambiente. As grandes empresas tem investido milhões de reais em consultoria e modificação de processos com o intuito de se tornarem minimamente ambidestras. Já nas pequenas empresas, basta estar disposto. A concentração de funções em poucas pessoas normalmente característica de pequenos negócios, torna mais fácil moldar o comportamento e as atitudes dos colaboradores para o estabelecimento de uma cultura que reflita de forma bastante efetiva essa ambidestralidade. Como no caso da qualidade, criar uma empresa ambidestra começa pela conquista dos corações e mentes dos colaboradores, a partir de práticas implantadas pela alta gerência. Em empresas com poucos colaboradores, este processo pode ser muito mais dinâmico e efetivo;
  • Colaboração: a realidade do ambiente competitivo torna quase impossível para grandes corporações colaborarem de forma efetiva. Salvo exceções, em geral localizadas em setores específicos, grandes empresas percebem empresas que atuam no mesmo setor como adversários mortais que devem ser, de alguma forma, aniquilados. No caso de pequenas empresas, existem varias oportunidades de colaboração com outras pequenas empresas no mesmo segmento ou em segmentos diferentes. Essa colaboração pode ter como objetivo o desenvolvimento de produtos e/ou serviços complementares, a ampliação da proposta de valor para atingir novos segmentos de clientes ou simplesmente aumentar o poder de barganha de empresas trabalhando em rede. Neste caso, fica evidente que o maior problema da pequena empresa não é ser pequena, mas sim, ser sozinha;
  • Capacidade de improviso: alguém consegue imaginar uma Toyota ou uma Coca-Cola improvisando no que quer que seja? Controles rígidos e inflexíveis são uma característica inerente a grandes corporações, onde há, por natureza, uma certa aversão ao risco. Entretanto, o ambiente de negócios é cada vez mais dinâmico e apresenta desafios cada vez maiores e mais complexos e que mudam com enorme velocidade. Ai esta a oportunidade para os pequenos negócios. Muitas vezes, a chave para aproveitar "oportunidades-relâmpago" é a capacidade de improvisar, algo que eh definitivamente inatingível por uma grande empresa;
  • Proximidade: grandes empresas estabelecem relacionamento próximo com seus clientes na base dos call centers, em geral com atendentes mal preparadas e que apenas cumprem um papel brilhante no processo de afastar clientes. Qualquer pessoa que já tentou apresentar sua necessidade a uma empresa de telefonia fixa ou móvel ou a operadoras de cartões de credito sabe do que eu estou falando. Aí está outra imensa oportunidade para pequenos negócios: criar intimidade e estabelecer um relacionamento verdadeiramente próximo com seus clientes. Este é, sem duvida, o maior fator conhecido de retenção de cliente. E, uma vez mais, esta prática está a anos-luz do alcance de grandes empresas e seus serviços de tele atendimento.
As pequenas empresas não são vistas como receita de crescimento e competitividade nos países desenvolvidos por acaso. Entretanto, há um longo caminho a ser percorrido no Brasil. Se em países como Espanha e Itália a participação das pequenas empresas no PIB já atingiu índices de 50%  e 55%, respectivamente, no Brasil ainda estamos estacionados em 20%. A observação e exploração das oportunidades acima pode ajudar a contribuir para acelerar o desenvolvimento das nossas pequenas empresas e para aumentar a sua fatia na geração de riqueza do nosso País. 

REVOLUÇÃO SILENCIOSA

Ao longo das últimas semanas tenho investido significativa parcela de tempo viajando pelo interior do Estado do Paraná com o intuito de conversar com nossos clientes e parceiros. Este movimento é parte de um amplo processo de “repensar o Sebrae/PR” que estamos iniciando. Para usar uma frase emblemática do Presidente do nosso Conselho Deliberativo Estadual, o empresário Jefferson Nogaroli, “é na paz que nos preparamos para a guerra”. Assim, embalados pelos significativos resultados obtidos nos últimos anos, onde evoluímos de 14 mil empresas atendidas pelo Sebrae/PR em 2006 para quase 140 mil empresas atendidas em 2010, com índices de satisfação acima de 90%, estamos empenhados em evitar o perigo da acomodação decorrente do relativo sucesso e em refletir sobre o futuro do Sebrae no estado. E, para isso, conhecer de perto as expectativas e ideias de nossos parceiros e clientes é fator crítico de sucesso.
Mas talvez, o mais interessante deste processo esteja sendo perceber “in-loco” a autêntica revolução silenciosa que está acontecendo em nosso Estado. Por exemplo, a região Sudoeste do Estado está construindo as bases de um Sistema Regional de Inovação que se tornará referencia em termos de estratégia de desenvolvimento regional. A região conseguiu alinhar objetivos de médio e longo prazo e gerar impressionante sinergia, integrando academia, pesquisadores, poder público e iniciativa privada em torno do objetivo compartilhado de desenvolver a região com base em inovação e cooperação.
Já na região Oeste, temos uma joia funcionando a todo vapor que atende pelo nome de Parque Tecnológico de Itaipu. No PTI, percebemos outro exemplo de integração e visão de futuro, que tem gerado avanços significativos no ambiente empresarial de toda a região, a partir de mecanismos concretos de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento empresarial, em um ambiente onde circulam diariamente mais de 2.000 estudantes em plena harmonia com empresas e pesquisadores. Não por acaso, é dentro do PTI que funciona o Centro de Desenvolvimento de Tecnologias para Integração de Regiões de Fronteira (CDT-AL), projeto do Sebrae em parceria com o próprio PTI e outras instituições, que já possui consistente histórico de realizações que estão viabilizando de forma efetiva a integração produtiva entre empresas da região e disseminando tecnologias de apoio ao empreendedorismo aos países vizinhos.
O Norte do Estado, por sua vez, resgata a vocação histórica da região ao integrar 42 municípios no Projeto de Cafés Especiais do Norte Pioneiro. Estes municípios estão envolvidos em ações de Indicação Geográfica, certificação, tecnologia e cooperativismo e estão conectados aos territórios competitivos da Europa e do Canadá em questões relacionadas a diferenciação do produto, em um trabalho que está transformando o território em uma referencia em cafés especiais para o mundo.
Na região Noroeste, percebemos a abrangência das iniciativas em curso ligadas ao desenvolvimento da sociedade e das empresas através de projetos como “Bairro Empreendedor “e “Cidade Empreendedora”, que integram não apenas a comunidade empresarial, mas toda a sociedade na busca de alternativas a partir do estímulo à atividade empreendedora nas escolas, nas empresas e na comunidade.
E finalmente, a região Centro-Sul do Estado aproveita o dinamismo da capital para estender as ações de desenvolvimento a regiões menos favorecidas como o Vale do Ribeira, onde um trabalho sincronizado envolvendo parceiros públicos e privados têm viabilizado aumento significativo de renda exatamente onde este aumento é mais necessário.

E agora, vem o melhor da história: o que todos esses exemplos têm em comum? O empreendedorismo e a força mobilizadora da parceria entre o Sebrae/PR e seus inúmeros parceiros em todo o Estado! A veia empreendedora das pessoas e lideranças envolvidas nestes projetos é o que está fazendo a diferença. Constatar na prática, a partir de resultados concretos, o poder transformador de uma sociedade autenticamente empreendedora reforça ainda mais a relevância da missão do Sebrae e nos faz constatar que, efetivamente, esta causa vale a pena. É por isso que, com ainda mais resiliência e perseverança, continuaremos perseguindo o sonho de transformar nosso Estado a partir das Pequenas Empresas e do Empreendedorismo. Se tempos atrás imaginar a concretização deste sonho parecia mais com uma utopia distante, hoje percebemos que isto não só é possível, como já começa a se  tornar realidade, a partir do espírito empreendedor e da liderança visionária de homens e mulheres  que estão viabilizando esta impressionante revolução silenciosa no nosso Paraná. 

ÉTICA E LIDERANÇA

Nos últimos anos, percebemos uma evolução na pauta prioritária da maioria das empresas do mundo capitalista. Por muito tempo, as escolas de negócios ensinaram seus alunos que o principal objetivo a ser perseguido na gestão de uma empresa era maximizar o retorno para o acionista. Segundo esta corrente de pensamento, se o negócio gerasse retorno suficiente para manter o(s) dono(s) satisfeito(s) e com um bom retorno sobre o capital investido, todo o resto estaria bem, como conseqüência da atividade econômica.
Entretanto, a história recente mostrou que outros elementos tinham importância determinante a este processo de busca de resultados, embora estivessem sendo relegados a segundo plano. Estes aspectos, fundamentalmente, passam por questões como sustentabilidade, valores e ética. Casos notórios, como o escândalo da Enron nos Estados Unidos, mostraram que a ausência de princípios norteados em uma ética forte e suportados por líderes que sirvam como exemplo na consolidação e preservação destes valores, deteriora a saúde da empresa e pode, em última instância, levar ao seu desaparecimento.
Mas como assegurar que uma empresa crie e consolide uma cultura baseada em princípios éticos sustentáveis? A resposta passa, obrigatoriamente, pelos líderes da empresa, que são o modelo e a referência para todos os colaboradores, em todos os momentos. O comportamento e as atitudes dos líderes estabelecem o padrão de comportamento aceito e, por conseqüência, definem o padrão ético da organização. E este processo de construção não se dá a partir de grandes eventos, mas sim, através das pequenas e constantes ações do cotidiano. Como agem os líderes? Eles respeitam seus acordos, cumprem suas promessas? Honram sua palavra e seus compromissos? Privilegiam o que é certo e justo do ponto de vista ético em detrimento do lucro a qualquer preço? Tratam a todos com respeito, dignidade e igualdade? Agem em consonância com princípios de sustentabilidade? Colocam o bem comum acima dos interesses pessoais? Agem de forma coerente com seu discurso? Se a resposta a essas perguntas for afirmativa, o caminho para uma cultura forte, ética e consistente está pavimentado. Do contrário, os líderes caem em descrédito, viram motivo de chacota e a empresa entra em processo de colapso.
Talvez, o grande dilema seja como assegurar um padrão ético consistente em uma seara que, por natureza, é altamente subjetiva. Um caminho possível é basear e orientar todas as decisões e ações em três princípios, que podem ser auferidos a partir de três perguntas simples:

  1. VISIBILIDADE: tudo bem se minhas ações forem publicadas na primeira página do jornal de maior circulação na minha comunidade?
  2. GENERALIDADE: tudo bem se todo mundo fizer o que eu estou fazendo?
  3. LEGADO: tudo bem se eu for lembrado pelo que estou fazendo?
Esta é uma receita simples, mas de alta efetividade. Assegure que este tipo de reflexão esteja sempre presente nas discussões dentro da empresa, em todos os níveis, e você terá dado um grande passo para construir uma organização que sirva de modelo e referência e que será admirada pelo mercado e motivo de orgulho para todos aqueles que dela fazem parte.

CONTRATE GENTE MELHOR DO QUE VOCÊ

Qual seria sua resposta se alguém lhe perguntasse qual é, na sua opinião, o fator mais importante para o desenvolvimento e o sucesso de uma empresa? Eu, não hesitaria um único segundo antes de responder: “GENTE”.
Repito com relativa constância este discurso em conversas com colaboradores do Sebrae no Paraná e com os empresários de pequenos negócios que passam diariamente pela nossa instituição: são as PESSOAS que fazem a diferença. Empresas (assim como países, estados, times, seleções ou agremiações de qualquer natureza) não tem “alma”. Empresas não promovem mudanças culturais. Empresas não geram resultados, não se posicionam, não aprendem. Quem está por trás de tudo isso, são os seres humanos que formam as empresas. E é por isso que repito, sempre que possível: busque sempre contratar as melhores pessoas que você puder. Melhor ainda, se essas pessoas forem melhores do que você!
Este raciocínio pode soar como uma heresia em certos meios ou ambientes. Não é raro encontrarmos “chefes” que se acham acima do bem e do mal, ou, ainda pior, que são tão inseguros a ponto de não admitir que pessoas que supostamente ofusquem o seu brilho pessoal possam compor sua equipe. “Chefes” assim, jamais contratarão pessoas brilhantes e, consequentemente, jamais formarão times de alta performance.
Até aqui, tudo bem. Mas agora vem o mais difícil: afinal, o que devemos procurar nas pessoas que comporão nossos times? O segredo, seguramente, não está na análise do currículo do candidato do ponto de vista acadêmico, ou de suas qualificações técnicas. É evidente que estes fatores também importam, mas não são os mais relevantes. Muito mais importante do que isso, são as atitudes e a inteligência dos potenciais candidatos.
Pessoas de valor e propensas ao sucesso tem atitudes positivas. Baseiam suas ações em uma visão otimista e construtiva do mundo. São confiáveis e antes de pensar no bem inidvidual, privilegiam o benefício coletivo. Entendem o impacto de suas ações no ambiente onde estão inseridas; não perdem tempo sentindo inveja dos colegas e tentando ofuscar o brilho de outras pessoas. São seguras, confiam na sua própria capacidade e possuem espírito altamente colaborativo.
E, do ponto de vista da inteligência, não estou me referindo àquela inteligência lógica normalmente associada a testes de QI. Este é apenas um tipo de inteligência, mas que isoladamente não faz grande diferença. Para nosso propósito, inteligência deve ser compreendida como a capacidade de agir de forma inteligente em um contexto muito mais abrangente e envolve aspectos emocionais, interpessoais, intrapessoais e comportamentais. Em linhas gerais, pessoas inteligentes são abertas ao novo e não tem medo de mudanças; possuem elevada sensibilidade e capacidade de abstração; assimilam facilmente informações novas e eventualmente fora de contexto; conseguem estabelecer conexões e simplificar situações complexas; não desperdiçam tempo e energia com o que é periférico e possuem elevado senso de urgência e justiça.

Dificilmente você perceberá tais virtudes apenas no currículo dos candidatos. Isto se faz através de conversa e de olho no olho. Por isso, a tarefa de recrutar pessoas para posições estratégicas não pode e não deve ser inteiramente delegada. Você, como empresário e responsável pelo sucesso da sua empresa, é quem tem a condição de identificar pessoas que sejam melhores do que você e que possam ajudar seu negócio a crescer e se diferenciar. Quando seu empreendimento atingir um estágio de desenvolvimento em que delegar se torne uma questão de sobrevivência, é nas mãos destas pessoas que estará o futuro da sua empresa. 

DISCERNIMENTO E DECISÃO

Muito se fala sobre o determinante papel dos líderes na sociedade em que vivemos. Líderes empresariais, comunitários, políticos, religiosos, não importa. O fato é que, a cultura do mundo ocidental aprendeu a reconhecer e muitas vezes, a idolatrar a figura do líder. Mas afinal de contas, do que são feitos tais líderes? O que diferencia pessoas “normais” dos chamados “líderes”?
Sempre tendo a acreditar que por trás de questões complexas é possível encontrar respostas simples (mas não simplistas). O fenômeno da liderança tem sido alvo de recorrentes estudos e intensos debates na academia e no mundo empresarial. Hoje sabemos que líderes não necessariamente nascem prontos, mas podem se desenvolver ao longo da vida. Sabemos que, muitas vezes, líderes são dotados de carisma acima da média, mas que este mesmo carisma pode ser substituído por aspectos como caráter, exemplos positivos, atitudes pró-ativas e coerência, entre tantas outras virtudes comumente associadas a líderes de sucesso. Mas no fim do dia, o que efetivamente diferencia os líderes está relacionado à forma como eles fazem as escolhas que devem ser feitas e à forma como estas escolhas se refletem na vida real. Por isto, em última análise, me arrisco a afirmar que a essência da liderança está diretamente relacionada a duas coisas: discernimento e capacidade de decidir.
Não há como ser um líder efetivo no mundo em que vivemos sem discernimento. É impossível para qualquer ser humano conseguir tratar de todas as questões que nos são apresentadas todos os dias, ao mesmo tempo. E, é evidente, quanto mais relevante a posição de um profissional numa organização, maior é a quantidade de assuntos trazidos diariamente à sua apreciação. Tentar lidar com tudo, ao mesmo tempo, só pode gerar stress, dispersão e decisões de baixa qualidade. Por isso, o discernimento torna-se uma característica absolutamente imprescindível. É papel indelegável do líder saber discernir entre o que é importante e o que é periférico e pode, portanto, ser delegado. Quais os assuntos realmente relevantes? O que é prioritário? Onde vale a pena investir tempo e energia? Onde é possível fazer, de fato, a diferença? São esses os temas que devem constituir a agenda do líder.
E então, finalmente, chegamos ao processo decisório. Não raro, ouço pessoas manifestando sua dificuldade para tomar decisões. Este é um sentimento deve ser encarado e trabalhado a fim de que se possa superá-lo. Muito pior do que tomar decisões equivocadas (e ter a chance de corrigi-las, quando necessário) é não decidir. Isto leva à chamada “paralisia por análise” e pode colocar a empresa e seus colaboradores num estado de letargia muito perigoso.  

Pense nisso na próxima vez que sua mesa for abarrotada pela enxurrada de problemas e decisões a tomar. Seja seletivo e invista seu tempo naquilo que realmente vale a pena. E a partir daí, exercite sua liderança com decisões rápidas e firmes. Converse, ouça, informe-se, mas, sobretudo, decida! Tenho certeza que este exemplo de liderança efetiva repercutirá entre seus colaboradores e fará diferença nos resultados da sua empresa.

UM ANO DE SUPERAÇÃO (publicado em Dez 2009)

O ano de 2009 se iniciou sob a pesada perspectiva de uma crise financeira global sem precedentes. Felizmente, se a crise não foi apenas uma “marola”, também não representou o fim dos tempos. E no Brasil, e em especial no estado do Paraná, um dos protagonistas da acelerada recuperação tem nome e sobrenome: Micro e Pequena Empresa.
As micro e pequenas empresas resistiram à crise com determinação. O Paraná encerra 2009 com um número significativamente maior de micro e pequenas empresas do que em 2008. Os pequenos negócios foram responsáveis pela geração, em média, de 60% das novas vagas de trabalho oferecidas no ano que passou. Enquanto as grandes demitiram, a maioria das pequenas empresas manteve seus quadros de colaboradores.
Um quadro como este, em que mesmo em momentos de turbulência percebemos o aumento no número de novas empresas e o protagonismo dos pequenos negócios, é o melhor indicativo de como o empreendedorismo vem sendo encarado cada vez mais como uma alternativa de desenvolvimento.
E agora, com os bons ventos soprando novamente, é hora de se preparar para iniciar 2010 com o pé direito. Na sondagem da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de confiança dos empresários, já em outubro, atingiu seu maior valor desde 2005. Estima-se que apenas a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 injetem algo em torno de 20 bilhões de dólares ao ano na economia brasileira até o final da década que vem, além de gerarem impacto em 55 diferentes setores. Os investimentos no pré-sal se multiplicam e as perspectivas para o agronegócio são excelentes, afinal, um mundo em crescimento come melhor e demanda mais produtos agrícolas.
Em outras palavras, é hora de crescer! É muito positivo o fato de que as pequenas empresas paranaenses buscaram informações técnicas e conhecimento ao longo de 2009 como nunca. Apenas o Sebrae/PR registrou mais de 40 mil consultorias às micro e pequenas empresas no ano que se encerra, o que sinaliza que nossos empreendedores parecem estar convencidos de que o conhecimento é, de fato, o seu melhor aliado.
E é neste espírito que encerramos o “ano da crise”. Em 2009, o Sebrae/PR fez esforços importantes para aumentar a sua capilaridade e, desta forma, poder levar suas soluções aos 399 municípios paranaenses. Não medimos esforços para criar meios de acompanhar o desenvolvimento dos nossos clientes, criando soluções como o Prosperar, um importante instrumento de alavancagem da competitividade dos pequenos negócios. Buscamos cumprir nosso papel de agentes de desenvolvimento, trabalhando em parceria com mais de 250 municípios paranaenses que já municipalizaram a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, o que faz do Paraná o Estado com mais municípios com a Lei já regulamentada. Buscamos levar o empreendedorismo à Juventude paranaense através do Desafio SEBRAE, jogo de empresas no qual o Paraná foi o Estado com o maior número de inscritos no Brasil, com mais de 20.000 estudantes participantes. Atingimos mais de 10.000 empreendedores durante a Semana da Pequena Empresa trazendo ao nosso estado alguns dos nomes de maior destaque da gestão empresarial. Trabalhamos com mais de 8.000 pequenos negócios atuantes em setores estratégicos da economia do nosso estado buscando apoiar o desenvolvimento não apenas daquelas empresas, mas de todo o setor nos quais elas atuam.

E não poderia ser diferente. A dinâmica do mundo empresarial e, principalmente, o papel cada vez mais relevante dos pequenos negócios no processo de desenvolvimento aumenta a nossa responsabilidade e nos impulsiona no rumo da excelência. Temos convicção de que 2010 será um ano sem precedentes para os Pequenos negócios no Paraná. E queremos, sempre e de forma decisiva, continuar cumprindo nosso papel de estar ao lado da Pequena Empresa Paranaense, apoiando, informando, facilitando, educando, e, principalmente, vibrando a cada conquista dos milhares de empreendedores paranaenses que têm no Sebrae um parceiro.