Muito se fala sobre o
determinante papel dos líderes na sociedade em que vivemos. Líderes
empresariais, comunitários, políticos, religiosos, não importa. O fato é que, a
cultura do mundo ocidental aprendeu a reconhecer e muitas vezes, a idolatrar a
figura do líder. Mas afinal de contas, do que são feitos tais líderes? O que
diferencia pessoas “normais” dos chamados “líderes”?
Sempre tendo a acreditar que por
trás de questões complexas é possível encontrar respostas simples (mas não
simplistas). O fenômeno da liderança tem sido alvo de recorrentes estudos e
intensos debates na academia e no mundo empresarial. Hoje sabemos que líderes
não necessariamente nascem prontos, mas podem se desenvolver ao longo da vida.
Sabemos que, muitas vezes, líderes são dotados de carisma acima da média, mas
que este mesmo carisma pode ser substituído por aspectos como caráter, exemplos
positivos, atitudes pró-ativas e coerência, entre tantas outras virtudes
comumente associadas a líderes de sucesso. Mas no fim do dia, o que efetivamente
diferencia os líderes está relacionado à forma como eles fazem as escolhas que
devem ser feitas e à forma como estas escolhas se refletem na vida real. Por
isto, em última análise, me arrisco a afirmar que a essência da liderança está
diretamente relacionada a duas coisas: discernimento e capacidade de decidir.
Não há como ser um líder efetivo
no mundo em que vivemos sem discernimento. É impossível para qualquer ser
humano conseguir tratar de todas as questões que nos são apresentadas todos os
dias, ao mesmo tempo. E, é evidente, quanto mais relevante a posição de um
profissional numa organização, maior é a quantidade de assuntos trazidos
diariamente à sua apreciação. Tentar lidar com tudo, ao mesmo tempo, só pode
gerar stress, dispersão e decisões de baixa qualidade. Por isso, o
discernimento torna-se uma característica absolutamente imprescindível. É papel
indelegável do líder saber discernir entre o que é importante e o que é
periférico e pode, portanto, ser delegado. Quais os assuntos realmente relevantes?
O que é prioritário? Onde vale a pena investir tempo e energia? Onde é possível
fazer, de fato, a diferença? São esses os temas que devem constituir a agenda
do líder.
E então, finalmente, chegamos ao
processo decisório. Não raro, ouço pessoas manifestando sua dificuldade para
tomar decisões. Este é um sentimento deve ser encarado e trabalhado a fim de
que se possa superá-lo. Muito pior do que tomar decisões equivocadas (e ter a
chance de corrigi-las, quando necessário) é não decidir. Isto leva à chamada “paralisia
por análise” e pode colocar a empresa e seus colaboradores num estado de
letargia muito perigoso.
Pense nisso na próxima vez que
sua mesa for abarrotada pela enxurrada de problemas e decisões a tomar. Seja
seletivo e invista seu tempo naquilo que realmente vale a pena. E a partir daí,
exercite sua liderança com decisões rápidas e firmes. Converse, ouça,
informe-se, mas, sobretudo, decida! Tenho certeza que este exemplo de liderança
efetiva repercutirá entre seus colaboradores e fará diferença nos resultados da
sua empresa.
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