Um dia ainda vou entender porque nós,
humanos, temos a tendência de complicar as coisas e, não raro, demoramos tanto
tempo para entender o óbvio. Por décadas, o mantra nas empresas foi baseado na
objetividade e frieza dos números. Planilhas, gráficos, slides sonolentos de powerpoint cheios de informações
tediosas e um repertório pouco inspirador com enfoque em planejamento e
resultado.
Nada contra a lógica racional tão
necessária ao mundo dos negócios. Mas finalmente o universo corporativo começa
a perceber que, muito além de números e estatísticas, empresas são feitas de
pessoas; e que pessoas, por sua vez, são feitas de histórias. E assim, o Storytelling chega às empresas prometendo
revolucionar a forma como produtos são vendidos, campanhas de marketing são criadas,
culturas são integradas e equipes são desenvolvidas.
Entretanto, acreditar que
simplesmente “contar histórias” passa a ser, por si só, o bálsamo que curará
todos os males é ingenuidade. Não é assim que funciona.
Em primeiro lugar, há que se ter
consciência que boas histórias são baseadas em bons protagonistas. Ou você
consegue imaginar-se seduzido por uma história sem bons personagens? Nesse
contexto, o papel da liderança continua sendo determinante. Os líderes, nas
empresas, são os principais protagonistas das histórias criadas e contadas. Sem
liderança, não há protagonismo. E sem protagonismo, não há história.
Também é importante identificar
qual o propósito da história a ser contada. É como contar histórias para
crianças. Qual o objetivo? Entreter? Acalmar? Transmitir valores? Ensinar? Na
empresa é a mesma coisa. Qual a função de determinada história? Lançar um novo
produto? Colocar no mercado uma nova empresa ou unidade de negócio? Facilitar
um processo de fusão entre duas empresas? Contornar uma crise? Promover
alinhamento estratégico? Dessa definição dependerá a possibilidade de criar e
desenvolver histórias mais ou menos envolventes.
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