Cristopher McCandless foi um
jovem norte-americano, filho de um engenheiro da Nasa e criado dentro dos
melhores costumes e padrões da típica família americana de classe média. Após
se graduar na Universidade, decidiu deixar seu passado e suas referências para
trás e tornar-se um andarilho. Sua história, contada no livro “Na Natureza Selvagem”
e transformada em filme recentemente, tem seu ponto culminante em uma grande
“aventura” empreendida por Cristopher no Alasca, onde ele pretendia viver em
isolamento e a partir dos recursos que a natureza lhe oferecesse. Infelizmente,
a história termina de forma trágica, com a morte do jovem por congelamento e
inanição dentro de um ônibus abandonado.
Do outro lado da moeda, temos
histórias e mais histórias de aventuras bem-sucedidas. Nomes como Amyr Klink,
Waldemar Niclevicz e Família Schurmann, pra ficar apenas nos exemplos mais
conhecidos e brasileiros, habitam o imaginário popular ocupando posição de
destaque no Olimpo dos grandes aventureiros.
Mas o que estas histórias têm a
ver com a atividade empreendedora? Mais do que imaginamos! Com freqüência nos
deparamos com comentários que comparam a atividade empreendedora a uma
aventura. Em especial num país como o Brasil, em que a atividade empresarial é
cercada por um conjunto de dificuldades e adversidades de toda ordem e que
dificultam o desenvolvimento de uma empresa nascente – apesar dos avanços e
importantes conquistas já obtidos com a Lei Geral da Micro e da Pequena Empresa
-, esse tipo de afirmação repercute com incrível facilidade.
O termo “aventura” é
freqüentemente associado a empreitadas que envolvem alto risco e total
imprevisibilidade. E, em geral, quando alguém fala ou escreve que abrir um
pequeno negócio é uma verdadeira aventura, está associando a atividade
empreendedora a um evento arriscado em que existe grande dependência de fatores
como sorte. Isto é verdade. Mas ainda mais verdadeiro é o fato de que grandes
realizações não são fruto do acaso. Elas são fruto de um exaustivo processo de
preparação. São decorrência de um planejamento apurado, de estudos e levantamos
prévios, de análise das condições e das adversidades que poderão ser
encontradas pelo caminho. E, este preparo e planejamento, somado ao espírito
empreendedor daqueles que empreendem, constituem o fator determinante para o
sucesso.
Precisamos desesperadamente de
aventureiros no universo dos pequenos empreendimentos. Mas aventureiros que
fujam do improviso e despreparo de McCandless e que busquem inspiração nos
modelos vencedores de Klink, Niclevicz e dos Schurmann. O êxito é conseqüência
de trabalho árduo, preparo e um eficiente processo de gestão. E quando obtido,
é sempre recompensador.
Boa jornada!
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